sábado, 10 de março de 2007

A Floresta Unida lembra o inicio de tudo: GIPS: Nova unidade da Guarda Nacional Republicana


A Floresta Unida lembra o inicio de tudo: GIPS: Nova unidade da Guarda Nacional Republicana


Foi oficialmente criada no passado mês de Fevereiro e já actuou nesta “época de incêndios 2006”, uma nova unidade da GNR, o Grupo de Intervenção de Protecção e Socorro (GIPS). Destinado a executar acções de prevenção e de intervenção de primeira linha em todo o território nacional, em situações de emergência de protecção e socorro, designadamente nas ocorrências de incêndios florestais ou de matérias perigosas, catástrofes ou acidentes graves, a grande motivação governamental para o levantamento em tempo muito curto desta força foi na realidade – e como primeira prioridade – o combate aos incêndios florestais.

O GIPS é composto por 315 militares da GNR organizados em comando e 3 companhias, sendo que cada uma destas dispõe de 4 pelotões. Cada pelotão tem duas secções e estas duas equipas cada.

O conceito de utilização destas equipas – composta por 1 cabo e 4 soldados que utilizam um helicóptero ligeiro ou uma viatura – é o da primeira intervenção logo que um incêndio nascente é detectado, com a utilização de ferramentas manuais e apoiados pelo meio aéreo. A equipa actua sobre o fogo nos primeiros 20 a 25 minutos (o que corresponderá ao mesmo tempo a duas descargas de água efectuada pelo helicóptero). Se não tiver sucesso a equipa retira e entram em acção os meios de combate tradicionais dos bombeiros.

O comando do GIPS está instalado num antigo depósito de material do Exército, no Grafanil, e as Companhias dispersas pelo território, com uma na região Sul, outra na região Centro e outra na região Norte.

O GIPS actua em coordenação com o Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil que fornece os meios de helitransporte das suas secções.

Os militares da GNR que actuam no GIPS receberam, entre Janeiro e Maio de 2006, uma formação muito completa, que incluiu, entre outras matérias, técnicas de montanhismo, técnicas de resgate vertical, topografia e orientação, técnicas de sapador florestal, adaptação a meios aéreos, condução todo o terreno, gestão de situações de crise, legislação, treino de competências psicológicas e emocionais.

A intenção governamental já anunciada é a de duplicar no próximo ano o número de militares da GNR a envolver no GIPS alargando também a sua actuação a mais regiões do país. Os primeiros elementos estatísticos disponíveis permitem já dizer que o GIPS tem taxas de sucesso muito elevadas mas, naturalmente, só no final do tempo quente se fará a avaliação rigorosa do seu contributo, nesta área de actividade que o governo cada vez mais parece querer profissionalizar, abandonando progressivamente o actual sistema que se baseia em grande parte nos bombeiros voluntários.

Os militares da GNR que integram o GIPS, oriundos do Regimento de Infantaria da GNR, além dos equipamentos próprios de combate a incêndios, foram dotados com um novo uniforme de trabalho (castanho claro) e usam dois símbolos exclusivos: No peito a insígnia do “curso GIPS” e no ombro a da unidade GIPS. Ambas têm como elemento principal uma ave, um açor, pelo facto de ter decorrido na serra do mesmo nome (a sul da Serra da Estrela) a parte prática deste primeiro curso. A boina que usam é a do Regimento de Infantaria, azul ferrete com uma lista verde e um fio dourado.


Fonte texto e imagem: Revista Militar

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